Como promessa é dívida, vou começar a pagar logo. Enquanto tento colocar em ordem o rendez vous em que se encontra essa casa, vou organizando os acontecimentos de Paris pra contar pra vocês. A primeira coisa que me vem à cabeça é um encontro pra lá de inusitado no Louvre. Estou eu e o namorido rodando deslumbrados – mas também já cansados – pelos corredores do museu….já tínhamos visto a Monalisa, a Vênus de Milo, o salão dos cristais e já estavámos acho que na 15a dinastia egípicia. Aliás, são tantos salões de arte egípcia que já estava lendo fluentemente os hieróglifos. Pois sim, mas estávamos lá admirando as peças e já pensando em dar uma caminhada pelas margens do Sena, quando uma voz do meio do salão grita: “- Bailandesa!”. Eu tomei um susto! Pensei logo: “meu Deus, me reconheceram da foto do blog”. Virei devagarzinho, com aquela cara de sem graça. Já imaginava uma pessoa pedindo dicas sobre a Holanda no meio do Louvre mas, para a minha sorte, foi um ex-colega do antigo trabalho que estava com a namorada e amigos em Paris para o final de ano. Uma feliz coincidência. Ele também me reconheceu pela mochila que tem o logo da minha antiga empresa. Ufa! Ainda bem que ainda não estou tão famosa assim.
Mas vou dizer uma coisa pra vocês, tava mais fácil achar brasileiro em Paris do que croissant. No metrô, nas ruas, nos museus, em todo lugar, onde se ouvia gente falando alto, era brasileiro. Na volta do Reveillon, ainda nos deparamos com um grupo de senhoras da era paleolítica que, não satisfeitas em avançarem na idade, ainda foram com tudo e pisaram fundo no champagne. A plataforma da estação do metrô parecia mais a passarela do álcool. Gente, há muito tempo não presencio um cena tão patética. A senhora ( presumo eu, pois não tenho certeza qual era o sexo da criatura) balançava como um boneco João Teimoso vestida com chapéu, luvas e echarpe de penas, tudo em rosa-choque. Isso tudo, encorajada pelas amigas não menos escandalosas e de porre. Se tívessemos um show do fogos de artifício na Torre Eiffel, acho que esses seres iam pegar fogo, mas foi até bom pra dar um toque de humor no final da festa.
