Passei a tarde com este sapo cururu na boca, tentando mastigar e entender o que significa o danado do equilíbrio. Vamos lá:
1) Meu peso não é o ideal, mas não desequilibraria a estrutura de nenhum prédio, nem equipe.
2) Meus dotes físicos também não páram nenhum trânsito, nem são capazes de desconcentrar nenhuma criatura.
3) Não sou inflamada – nem inflamável. Portanto, não tacaria fogo na equipe inteira e depois iria ao cinema.
4) Não rasgo dinheiro e a última loucura que fiz foi, de uma forma muito planejada, mudar de país.
5) O cargo era o mesmo e não havia hierarquia envolvida. Então, porque preferir uma pessoa menos experiente?
Resumo: o que é que esse cara tem que eu não tenho?
Aí comecei a recapitular a última entrevista que foi feita pelo gerente ( primeiro entrevistador) e a gerente de RH. Comecei a rodar o filminho na cabeça e percebi que ele a todo tempo, tentava convencê-la com linguagem corporal. Eram olhares, balançadas de cabeça, sorrisos. Ela me pareceu desconfiada, apesar de muito simpática. Também tem uma coisa, né? “Em nome do equilíbrio”, venhamos e convenhamos, isso me parece muito mais um argumento de RH. E pode parecer uma opinião meio suspeita, mas acho mais difícil entrevista com mulheres. Pelo menos, é a minha experiência.
Ah, quer saber: dane-se o equilíbrio. Não quero ser equilibrada, não! Pra mim isso é sinônimo de “sem-gracisse” e “falta de sal”. A equipe pode até ficar mais equilibridada sem mim, mas com certeza menos divertida . Ainda não foi dessa vez que me conveceram a fazer yoga! Sorry, pelo momento desabafo. Já sacudi a poeira e que venham outras e outras entrevistas.
Inté povo, beijo
Imagem: Corbis