Bailandesa

Terschelling – Cai o mito

Acabei de chegar de Terschelling (pronuncia-se terrrs – rré- lin) e só com o auxílio luxuoso do ventilador consigo fazer o imenso esforço de digitar pra vocês. Gente, dei uma olhada no termômetro na varanda e está 37C! Acho que o Brasil veio atrás de mim.

Saímos daqui no domingo e passamos 3 dias pedalando e tostando no sol. Tô neguinha!! Adorei o lugar. É uma mistura de vila de pescadores com fazenda. Ou seja, você tem toda a atmosfera de porto com barcos, farol, pescadores e lobos-do-mar e, ao mesmo tempo, o clima de fazenda com vaquinhas, ovelhas e imensos pastos. De bicicleta, você passa de um mundo para outro, sem qualquer impacto. Eles convivem de forma pacífica e harmoniosa. Mas vou logo avisando aos possíveis navegantes ou melhor ciclistas: é lugar pra quem gosta de pedalar. Se você procura conforto, sombra, caipirinhas, cervejas e coquetéis frescos, não é o seu lugar.

Confira as fotos aqui

A minha sensação foi de ter voltado à pré-adolescência. Voltei aos veraneios em que ia à praia todo dia e andava de bicicleta o dia inteiro. Voltei cheia de energia. Só para vocês terem um idéia: ontem, pedalamos 40 km. Fomos quase ao final da ilha, numa reserva natural onde vários tipos de pássaros vão para se reproduzir.

A primeira lição do final de semana foi: esperto existe em qualquer lugar. A gente sai do Brasil achando que só brasileiro é que é tirado a esperto e que nos países desenvolvidos todo mundo é certinho. O mito caiu por terra, assim como o meu queixo bateu no chão. Estamos nós procurando o estacionamento onde o carro ficaria durante os dias em que estaríamos na ilha, quando de repente, do nada, o carro a nossa frente dá ré e bate no nosso. O que acontece?

a) O cara sai do carro, desculpa-se e diz que vai o seguro vai cobrir o prejuízo.
b) O cara sai do carro e apenas pede desculpas.
c) O cara sai do carro e apenas diz que o seguro vai cobrir tudo.

d) NRA

Ganhou o prêmio, quem escolheu a d. Isso mesmo! O holandesão deu no pé (ou nos pneus, como queira) e Ron alucinado, buzinando feito um louco, o seguiu e o fechou. Carros parados, Ron vai até a janela do motorista, que bateu mudo e estacionou calado, enquanto sua mulher nega tudo e diz que eles não deram ré nehuma. Pra finalizar, Ron conseguiu que ela saísse do carro para ver o dano, que no final das contas, foi muito maior pra eles. Para nós, além do susto, raiva e minha total surpresa, noo máximo um polimento caprichado na frente do carro, próximo ao pára-choque. Gente, nunca vi na minha vida uma criatura tão cara de pau – ainda não sei como é óleo de peroba em holandês, senão já tinha receitado para essa senhora. Quase que essas duas criaturas saídas de Twin Peaks estragam o nosso final de semana. O melhor da estória é que não estragaram e eu aprendi mais uma lição.

Voltaremos em breve à Terschelling. Tem muuuuuuuuuito mais pra contar!

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