Comprando na Holanda. A troca e o troco

Esta é da série coisas que gosto na Holanda

A troca

Comprei um lindo sapato em Utrecht, mas assim que cheguei em casa, experimentei mais uma vez e o danado resolveu invocar com o meu dedinho do pé direito. Aí não dá amigo (a)! Sapato apertado é castigo que ninguem merece. Resolvi que iria trocar. Como comprei numa liquidação, ja estava imaginando: ai, não vão querer trocar, vai ser aquele “pega-pá-capá” em holandês.

No sábado, lá fui eu linda e faceira com o sapatinho debaixo do braço e uma amiga a tiracolo, para, se necessário, dar um forcinha no holandês. Meninas e meninos, não é que a criatura cheia de delicadeza só não estava disposta a trocar, como ainda me devolveu o dinheiro – já que não achei nada que agradasse.
Com algumas exceções, não tenho boas recordações das minhas trocas no Brasil. As imagens que tenho são os vendedores fazem aquela cara de nem tô te ligando e os cartazes – ilegais, por sinal – de não trocamos os sabados. Também tem aquela história, né? Quando você aparece com a sacola da loja, um começa a jogar pro outro e por aí vai. Dinheiro de volta? Aconteceu uma vez comigo e foi preciso suar brita pra resolver o negócio. Ou seja, a troca aqui é muito mais fácil.

O troco

Precisava comprar uma guloseimas light (se é que é possivel descrever assim) e fui ao supermercado e o total da minha compra foi de 1,63 euros. Tirei uma nota de 50 euros quase com vergonha e quase pedindo desculpas. A moça ignorou o meu constrangimento, registrou os produtos e me deu o troco como se nada tivesse acontecido. Não ouvi nada como: ô moça, não tem menor não? Ou aquelas caras e bocas de insatisfação. E tambem não recebi bala como troco.
Algumas vezes já ouvi aqui caixas pedindo notas menores ou em certas casas as notas de 100, 200 e 500 não são aceitas. Mas no Brasil, a gente quase pede desculpa por não ter trocado. Ou então o cara ja arrendonda pra cima, né?