Já na madrugada, com uma sala vazia e um típico público infiel de festival, que senta e levanta, fazendo rodízio de atrações, Caetano trouxe o show Zie e Zii com toda a sua produção para o North Sea Jazz.
Da minha cadeira 31, na fila 17, me deleitei com um super set list formado de novas (e ótimas!) músicas e sucessos como Trem das Cores, Não Identificado, Eu Sou Neguinha. Ou seja, quem estava lá para ouvir músicas conhecidas, não pode reclamar.
Me emocionei com a música Maria Bethania, como disse o próprio Caetano, um grito de socorro, nos tempos de exílio. Queria sai dançando com Água, mas a fria e negligente recepção dos holandeses, aliada à timidez dos brasileiros, me encabularam.
Minha mais nova preferida música de Caetano é Sem Cais, parceria com Pedro Sá, que junto com Marcelo Callado na bateria, delineam esse groove que vem desde Cê, penúltimo trabalho de compositor. É um meio samba torto, meio nariz torcido, com dois pés no rock, despido de malemolência, mas preciso em sonoridade.
No bis, Caetano agradeceu aos que ficaram e cantou Tieta. Sorte para os poucos que estavam lá para presenciar. Realmente uma pena que a organização do Festival não tenha se tocado que esse era um show pra ser realizado em horário e palcos mais acessíveis.
Fotos: Ron Beenen