Bailandesa

Mau Humor e Papo cabeça

Acabei de checar a caixa do correio e nada. Essa é uma rotina, uma das poucas que tenho atualmente, que cumpro com a maior ansiedade. Dei entrada nos meus papéis para o visto definitivo, o verblijfsgunning, no dia 19/06. É povo, o nome do bicho é de dar medo, mas é essencial pra começar realmente a minha vida por aqui. No momento, tenho um visto que me permite estar, mas não me permite ser. Sem ele, não posso trabalhar, ter conta no banco, cartão de crédito próprio e etc. A minha carteira até parece que pertence a um monge. Exceto algumas notas de euros, não há nada que possa comprar bem material. Ah, tem a carteirinha de Ron da locadora, pra não dizer que não tem nenhum plástico. É, tô meio de mau humor hoje. Mas, é bom deixar claro que essa espera não é nenhuma surpresa. Já sabíamos que o prazo máximo é de 6 meses, mas que geralmente acontece antes. Eu é que tô ficando meio impaciente. Como diz a Bibi: “essa é a baiana mais estressada que eu conheço”.
Falando em vida de imigrante, ontem assistimos um programa interessante na TV. Vários estrangeiros casados com holandeses (as) falavam sobre as dificuldades, saudade, as coisas boas e ruins de estar por aqui. Certamente, muitas dessas coisas falarei por aqui, mas uma das coisas com a qual mais me identifiquei foi a sensação de não pertecer a lugar nenhum, a de estar no meio. Se já sentia isso no Brasil, como será agora? Ao passar 12 anos no Rio, me transformei numa baioca ou cariana como preferir. No Rio, sempre a baiana e em Salvador, a pessoa que já não conhece os lugares do momento, que ouve “Ah, pára de falar com sotaque do Rio”. Aqui sou estrangeira. Uma brasileira que no futuro, será no máximo uma bailandesa. Será que me sentirei ainda mais próxima do Brasil? Ou será que não me reconhecerei em um monte de coisas quando voltar? Acho que a melhor solução é se sentir Cidadã do Mundo. É isso que vou tentar.
Ah sim.. tenho que falar do final de semana, né? Bom, depois de Terschelling e Rotterdam, quase pensamos em ir a Maastricht, mas decidimos ficar por aqui mesmo. Na 6a fomos a um churrasco na casa de amigos em Leiden (cidade que fica a uns 40 minutos daqui) e aí, o sábado acordou preguiçoso. A única coisa que conseguimos fazer foi ir ao cinema. Acreditem! Ainda não tínhamos visto o Código da Vinci, então fomos cumprir tabela. Agora no domingão, pra compensar o ócio, pedalamos por aqui por perto, por lugares lindos. Deu aliviada nesse coraçãozinho ansioso aqui… 🙂

Clique aqui e veja as fotos

Sair da versão mobile