Bailandesa

Vida na Holanda. Amizades de perto e de longe

Viver na Holanda, para mim, tem sido um verdadeiro teste para a minha  habilidade de manter antigos e fazer novos amigos e essa semana parece que pude ver essa situação com mais clareza. Fui rever uma grande amiga que visitava os sogros na Bélgica pra mostrar o rebento recém-chegado. E se a semana foi como um trem bala carregado nas costas, a sexta à noite compensou qualquer esforço. No caminho de volta, mortinha de cansaço, vim pensando em como é bom manter os amigos quando se está longe.

Prepare-se para surpresas

Ao se mudar para um outro país, as suas amizades revelam algumas surpresas. Amigos que você considerava inseparáveis, não mantêm tanto contato. Como outros que você não fala há muito tempo, num reencontro, a chama se reacende e todas as coisas em comum voltam à tona. Há outros que não precisam de contato, de nada, você apenas sabe e sente que eles sempre estão lá e que são seus amigos. Ainda existem outros que nunca foram amigos e de repente, do nada, surgem como aparição.

Entendendo os amigos

A verdade é que ao deixar toda uma vida pra trás e recomeçar em outro lugar, a gente – além de muitas outras – tem que desenvolver duas habilidades: a de manter os velhos e bons amigos e a de se abrir para novas amizades. Para os novos, paciência, respeito e muita flexibilidade para dar tempo à amizade para germinar, florescer e dar frutos. Quanto aos antigos, parece que a distância nos faz os entender ainda melhor. De repente, você percebe que existe o amigo pros momentos de farra, outros pra dar uma força na hora que o bicho pega, outros pra bater aquele papo profundo e filosofar sobre o destino da humanidade e outros só pra tricotar sobre trivialidades. Ainda há o muito especial, que pode flutuar em todos esses momentos. Quem sabe? Talvez todos sejam verdadeiros ao seu modo e o bom amigo é aquele que tem a sensibilidade para perceber isso.
 
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