Bailandesa

Pra não dizer que não falei das flores.


Até hoje, apesar de gostar muito de flores, a minha experiência resumia-se a uma violeta artificial que me acompanhou por anos. Agora que estou morando na Holanda, todo mundo me pergunta: e aí? As flores aí são lindas, né? Pois é, com esse calor, elas estão aguentando, mas você vê por aí vários jardins, um mais florido do que outro.

Antes de eu chegar, os pais de Ron nos deram de presente flores para a nossa varanda. Pensei logo: olha a responsabilidade! Tenho que pelo menos mantê-las vivas. Logo eu, que entendo de plantas tanto quanto a vida sexual do besouro de Java (se é que existe algum besouro especial por lá). Perguntei logo a Ron por instruções detalhadas sobre o assunto e aí descobri que o negócio era simples: água e cortar as flores velhas.

Quer conhecer a nossa varanda? Clique aqui.

Nessa brincadeira, venho cuidando das margaridas, petúnias e outras que ainda não fui apresentada formalmente. E não é que você se afeiçoa a esse bichinhas, melhor dizendo, plantinhas. Descobri que existe na margarida uma comunidade de minúsculos e desprezíveis besouros que estão acabando com ela. Aí falei pra Ron e depois pros pais dele e qual foi a reação: “Ah, não há muito o que fazer. Com esse calor, as plantas sofrem mesmo”. Fiquei inconformada e já tenho planos de tentar comprar algum remédio de plantas (mesmo que o rótulo seja em holandês) para tentar salvar as coitadas. Aí, outro dia perguntei a Ron- “E no inverno? Elas perdem as flores, mas ficam vivas, né?” Ele olha pra mim e diz – “Essa plantas sobrevivem apenas 1 ano e olhe lá. Depois temos que trocá-las.” Fiquei inconsolável. Como assim? Sou uma pessoa acostumada a relacionamentos de longo prazo. Não quero cuidar e me envolver como estes seres semianimados para daqui a pouco ter que jogá-los fora como lixo. Sei não, mas acho que vai ser um momento de comoção geral nesse apartamento. Deixa eu ir que ainda não dei água pras plantinhas hoje 🙂

Beijo, fui

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