Bailandesa

Uma degustação do atendimento holandês

Ontem, fui assistir Estômago, mas, apesar de programar um jantarzinho no ‘t Hoogt antes da sessão, tive que assistir o filme de estômago quase vazio. E olha que apesar de boa parte do filme se passar na prisão, o filme abre o apetite.Mas essa não é uma resenha sobre o filme. O que quero contar é a minha desastrada experiência gastrônomica na mesma noite.
 
Estômago, filme

Atendimento com sabor desastroso

Chegamos no ‘t Hoogt pouco depois das 7:30h da noite e já avisamos à mocinha que nos atendia, que iríamos pegar a sessão de 9:30h. Fomos fazer o pedido. A entrada, um gazpacho que me pareceu bem interessante, não tinha mais. Optei por uma salada de camarões e melão.  Na mesma hora, já pedimos o prato principal. Vi no menu uma torta de três queijos que parecia dos deuses. A mocinha, que parecia que tinha acordado com a intenção de contrariar o meu apetite, me diz:”- desculpe, mas a úlitma acabou se ser pedida”. Na pressão para escolher logo e não perder o filme, escolhi um filé de peixe com risoto e espinafre. Passado o momento inicial, um tanto quanto anticlimax, começamos a saborear a nossa cerveja.
Vieram as entradas, acompanhadas de um pãozinho com gergelim, saído do forno e servido com azeite e sal. Humm, de comer ajoelhado. Então chegou o meu peixinho que estava muito bom, por sinal. Imediatamente pedimos mais duas cervejas e começamos a apreciar o prato principal.
Sai de cena a mocinha com dredlocks vermelhos e entra uma rapaz bonitão com cara de galã italiano. Lá vem ele com as cervejas na bandeja e quando se aproxima, acho que me vê, se emociona, se descontrola e derruba um copo de cerveja na mesa (o meu, claro!) e afoga o meu peixe num oceano de líquido amarelado.
 

Desculpa, pra que?

Eu conto até dez, respiro fundo e olho pro meu delicioso peixe afogado e os respingos na minha roupa. O bonitão não sabe o que faz. Recolhe os cacos de vidro e sem nunca dizer um sorry, pardon ou algo similar. Só murmurava “verdomme”, Verdomme” que me lembra uma belo “pqp”. Saiu em disparada pra cozinha e me traz um pano mais seco que o sertão nordestino.
Não queria deixá-lo ainda mais constrangido e fazer uma cena não ia adiantar muito. OK, mais uma respirada e pergunto a ele, se daria pra trazer bem depressa um outro peixe. Ele disse que sim, mas que eu teria que comer mais rápido do que Jamaicano que levou a medalha de ouro nos 100 m em Pequim. A outra opção era uma sopa thai de frango com leite de côco. Aceitei a sopa, a contra e mau gosto e não consegui comer. O meu estômago estava esperando por uma torta de queijo, que foi substituída por um peixe e se recusava a aceitar a tal sopa como prêmio de consolação.

A supresa maior: a conta

Depois de lutarmos para conseguir a conta. Para a nossa surpresa, a sopa constava na nota. Nos recusamos a pagá-la, que foi devidamente retirada. Assim, por ironia do destino e inabilidade do atendimento, fui assistir estômago com fome e mal humorada e claro que cheguei atrasada e peguei um lugar bem na frente que quase me causou um torcicolo.
Resumo do post: O meu estômago jamais será tratado novamente pelo restaurante do ‘t Hoogt
 

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