Descansar e renovar as energias no Mar Egeu, na Turquia. Para isso, reservamos um charmosa pensão na tímida e bela vila de Guzelcamli. Depois de alguns dias explorando as redondezas, resolvemos alugar um carro e seguir para o interior do país em busca das inimagináveis cascatas brancas de Pamukkale e a cidade perdida de Hierápolis.
Alugamos um carro e seguimos para uma viagem que deveria durar aproximadamente duas horas. Montanhas, mesquitas, bandeiras vermelhas e pessoas em todas as cores passavam pela janela do carro. Até que vimos a placa Pamukkale.
Saímos da estrada principal e depois de alguns quilômetros, avistamos umas manchas coloridas entre os pontinhos brancos e borrões verde e marrons. A pintura impressionista foi tomando forma a cada curva. Até que nos deparamos com uma cena de colheita do algodão.
Não resistimos e decidimos fotografar. De início tímidos, nos escondíamos atrás das lentes zoom. Até que pessoas com sorrisos da cor do algodão nos alcançaram e nos convidaram para fazermos fotos deles. Em nenhuma viagem, me senti tão bem recebida e tão bem-vinda. As línguas não se entendiam, mas olhos, sorrisos e gestos falavam tudo. O resultado está nas fotos. Nós, felizes por termos um momento tão genuíno e eles, por terem um instante de brilho na dura rotina.
O doce Memeth nos deixou o seu email para mandarmos as fotos. Conseguimos alguém para traduzir o texto, preparamos o email, mas infelizmente o endereço não funcionou. Nunca conseguimos enviar as fotos para eles. Bom, o importante é que o momento existiu e significou muito pra todos.
A Flor do Algodão
Com mãos escuras, o algodão é colhido
Com sorrisos brancos, o estranho é acolhido
São rostos que florescem em campos distantes
São estrelas que nascem no mesmo céu de antes
Rugas que riem e derramam a beleza
Da flor do algodão, singela nobreza
Fotos do catadores do algodão: Ron Beenen