A imagem que tinha de Berna era a dos textos de Clarice Lispector: uma cidade silenciosa, fria, solitária e chata. A Berna que encontrei foi ensolarada e vibrante. Gente jovem exibindo sorrisos e óculos de verão se esparramando pelos parques e o vai-e-vem de turistas apressados e encantados.
A cidade me tocou por diversas razões: o esplendoroso relógio astrológico, as ruas e as suas fontes, as belas construções. Mas ficou mais forte como lembrança foi o Museu de Einstein, parte do Museu Histórico de Berna. Não fui à casa onde ele morou, mas ao museu que mostra a sua vida e obra. E, graças a uma ótima guia, vivi instensamente a visita.
Einstein e Berna
O que hoje é uma parte permanente do Museu histórico, foi uma vasta exposição montada em 2005. O acervo repleto de documentos, videos e fotos originais traça um completo perfil do homem e do cientista.
Einstein nasceu em Ulm na Alemanha, mas a capital Suíça está intimamente relacionada com a sua vida. Einstein vivia em Berna quando criou a Teoria da Relatividade, obra que o lançou como superstar da ciência; com direito à carreatas pelas ruas de várias cidade do mundo.
Ele morou em Berna, de fevereiro de 1902 a outubro de 1909. Lá viveu com a sua primeira mulher , onde nasceu o seu primeiro filho. O apartamento hoje cirou um museum (A casa de Einstein) e está aberto à visitas. Mas a história doc asal merece mais detalhes e essa foi uma das partes do museu que mais me surpreendeu e provocou.
História de amor e desilusão
Enquanto passávamos pelas diversas fotos e videos, a competente guia nos emaranhava na infância de Einstein, nas suas dificuldades de adaptação na escola, nos seus estudos em casa, até chegarmos na Escola Politécnica, quando ele encontra a sua primeira paixão: a colega húngara, Mileva Marik, primeira mulher a estudar matemática e física na Europa.
Me envolvi com a história de amor e sofri ao saber da primeira filha do casal, que, ilegítima, supostamente foi entregue para adoção. A gravidez talvez tenha sido o grande motivo de Mileva não ter conseguido ir adiante com a sua carreira. Eles se casaram, nasceram dois filhos e parece que tiveram seus anos felizes, mas, segundo a nossa guia, a frustação de Mileva teria sido um dos grandes motivos da relação não ter dado certo.
Existem também rumores que ela talvez tenha contribuído para a Teoria da Relatividade, mas não existe nada comprovado. Na verdade o pivô da história da separação foi a prima e futura segunda esposa de Einstein, Elsa Lowental. Sem falar na mudança de Einstein para Berlim, o que desagradou e muito Mileva.
E=mc2 e o Nazismo
Depois de odiar Einstein por alguns momentos, me recuperei ao reverenciar toda a sua genialidade com a Teoria da Relatividade. Muito bem explicada, com diversos recursos visuais. Mas posso afirmar que o seu drama pessoal, ou o drama de Mileva continuava na minha cabeça.
Temendo o Nazismo, Einsten muda-se para a América em 1933. O museu também explora o assunto, mostrando as críticas feitas ao cientista e as formas de discriminação sofridas pelos judeus.
Em 1936, Elsa morre e em 39 a 2a Guerra estoura. O temor pela possibilidade dos alemães possuírem uma bomba atômica o leva a escrever uma carta ao Presidente Roosevelt e el revela ao mundo o seu “arrependimento” ou preocupação.
Mileva morreu em 1939. Einstein, em 1955. Em 1940 adquiriu nacionalidade americana, mas sempre manteve a sua nacionalidade Suíça.
Endereço
Historisches Museum Bern
Einstein Museum
Helvetiaplatz 5
CH-3005 Bern
Phone +41 31 350 77 11
Fax +41 31 350 77 99
info@bhm.ch
Horário: Ter–Dom 10:oo – 17:00h
Preço: 18 Francos suíços para adultos