Bailandesa

Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz em Amsterdam

Música é o que me faz sentir o Brasil mais de perto. Na última quinta-feira, como atração do Brasil Festival Amsterdam, Letieres Leite e a Orkestra Rumpillezz se apresentaram no Bimhuis. A big band composta de vinte músicos me levou não só ao Brasil, mas muito mais fundo, às minhas origens, à Bahia que me traz um sorriso de prazer e orgulho no rosto.
Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz, Bimhuis - Amsterdam , Holanda

Percussão no lugar de honra

‘Percussão sempre foi a cozinha, ficava lá atrás. Quis inverter essa coisa’ repondeu Letieres, quando lhe perguntei a razão dos percussionistas estarem vestidos a rigor e os outros quinze músicos sopristas de chinelos, bermudas e camisetas. Nada mais justo. Comandados pelo mestre Gabi Guedes, num semicírculo à frente do palco, os cinco percussionistas representam o coração da orquestra e da Bahia. A orquestra foi criada em 2006 e este ano ganhou o prêmio de melhor grupo na categoria instrumental e o de Revelação no Prêmio da Música Brasileira. Quem esteve em Amsterdam na semana passada entendeu porque.

 

Jazz e atabaques de Camdomblé

O nome Rumpilezz deriva dos três tambores do Candomblé: rum, rumpi, lé. Os dois zês veem do jazz. Não há melhor descrição para a música feita pela banda. Letieres Leite faz com que o universo percussivo baiano abrace o jazz de forma única e extremamente criativa. Os dois estilos têm um coisa em comum, a origem negra. O maestro Letieres, responsável por todos os arranjos e quase todas as composições, de forma brilhante, fez o casamento perfeito.

Vanguarda Baiana

O mestre  da percussão, Gabi Guedes,  abriu e fechou a apresentação e Letieres no seu imperfeito alemão, mais que perfeito pra ocasião, estabeleceu uma comunicação direta com a platéia.  Apresentou e explicou toda a diversidade de ritmos e promoveu a cultura afrobaiana com as suas composições inspiradas na mitologia dos orixás.
A Rumpilezz traz de volta a vanguarda à Bahia e prova que para isso não é preciso se afastar nem um pouco das suas raízes. Reafirma a grande força multicultural baiana e brasileira e reposiciona a Africa como a grande mãe.
Fotos: Ron Beenen

 

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