Bailandesa

Diferenças culturais. Comida e Bebês na Holanda.

A cada dia que passa aprendo mais um pouco sobre este minúsculo país que às vezes carinhosamente chamo de Sergipe do Norte. Parece que as diferenças são diretamente proporcionais ao tempo que eu passo aqui. Cada vez mais descubro que não há limites para as gafes que posso cometer. Vamos a elas, digo às diferenças 🙂

BEBÊS E VIDA PRIVADA

-É menino ou menina? Já escolheu o nome?
Essas duas perguntinhas tão comuns no Brasil, você nunca vai ouvir por aqui. É isso aí! O sexo e o nome do bebê são segredo de família e só interessam ao casal e ás vezes, aos avós. Eles são somente revelados quando você recebe em casa um cartão por correio anunciando o nascimento do rebento. Já sei o que você estão pensando: encontrei uma grávida, encostei no paredão e disparei as perguntas feito metralhadora. Não gente, calma! Descobri a tempo de evitar uma gafe dessas. Agora, falando sério, as grávidas daqui levam pelo menos uma vantagem. O famoso ditado “Barriga de grávida é igual a corrimão, todo mundo passa mão” aqui não é tão freqüente.

DIVIDINDO O PÃO

Outro dia estávamos  no clube de tênis jantando numa mesinha ao ar livre. Com o garfo quase alcançando uma boca faminta, ouço um “hoi goedenavond” (Oi, Boa noite). Era um amigo  que havia acabado de chegar. A primeira coisa que fiz foi oferecer um pouco da minha comida, apesar de ser um prato individual. Ele me olha como se eu tivesse falado algo totalmente imcomprensível, em uma outra língua alienígena (além do holandês, é claro) e disse um “Não obrigado. Já jantei.” meio sem graça. 
Fiquei intrigada com a reação dele e pesquisei um pouco sobre o assunto. Só então pude compreender o seu espanto. Aqui as pessoas não dividem a comida como nós brasileiros, melhor latinos. Pois é gente, aqui não rola o “Maria, bota água no feijão“. Se alguém chega de repente na casa de um família holandesa e eles estão jantando, à visita será oferecido um café, mas não jantar. E a visita achará normal, se for holandesa óbvio! A relação com a comida é completamente diferente da nossa. Dividir a comida para nós é o mesmo que ser educado, solidário e humano. Quantas vezes você não dividiu a última bala ou chiclete? Sabe aquela baixaria de criança de partir a bala no dente e dar para o amiguinho? Pelo que entendi, para eles seria “Ué, você pagou por isso, então é seu”. Mas essa é uma visão simplista. Existem muitas outras coisas envolvidas como experiência da guerra, cultura do não desperdício e por aí vai. Como comida muito me interessa e quem me conhece sabe disso, ainda vamos voltar a esse assunto.
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