Bailandesa

The Hague Jazz. Ouvindo, trabalhando e aprendendo

O que sobrou de mim escreve para vocês neste momento. Cheguei de Haia no domingo às 4 da manhã depois de dois dias intensos. Muito estresse? Sim, em alguns instantes. Momentos de prazer e beleza? Vários. E o melhor de tudo? Aprendi muito sobre música, grandes eventos e claro, sobre a natureza humana.

Passei a sexta e o sábado no The Hague Jazz numa missão dupla. Cobrindo o festival e também trabalhando para o festival como suporte dos artistas brasileiros. O que quer dizer isso? Era o meu papel fazer com que os artistas chegassem ao palco na hora programada e retornassem ao hotel em segurança, fazendo que se sentissem bem-vindos e confortáveis. Babá dos artistas? Não, não era preciso atender às estranhas exigências, fazer cafuné ou qualquer outra excentricidade, capricho ou marra. Isso é de responsabilidade da produção. Mas, claro que existem atrasos de trem, avião, de passagem de som, problemas técnicos, transporte, que, apesar de você não ser responsável, acaba sendo impactado. No final, nada que não seja administrável, desde que você tenha as informações e os contatos corretos. Os momentos estressantes no primeiro dia, foram remediados no segundo dia, quando pude relaxar mais.
Mas vamos falar de coisas boas, conheci muita gente interessante e tive excelentes surpresas. Não é todo dia que se encontra o Cláudio Roditi, um maravilhoso trompetista carioca, radicado em Nova York que, além disso tudo, é uma das pessoas mais simpáticas, sorridentes, leves e de um bom-humor incomensurável. Também tive o prazer de cantarolar na van, indo do hotel para o lugar do evento, com o Cláudio e o Mr. Slide Hampton (foto ao lado), uma lenda viva do jazz e um verdadeiro gentleman de um doçura ímpar . Depois do show, na volta pro hotel, dancei com Tania Maria (primeira foto), mulher de energia inesgotável no palco e na vida, ao som de uma banda que fazia um tributo ao Earth Wind and Fire. Terminei o festival no show do Zuco 103 e ainda curti a After Party no Bel Air Hotel com artistas fazendo jam sessions, relaxando após os dois dias de festival.
Enfim, experiência de vida mesmo. Aprendi que quanto menos talentoso, mais metido à besta o artista é. Notei também o quanto as pessoas dão importância aos símbolos de status como credenciais, crachás, passes e etc. Vi verdadeiros colecionadores de credenciais, quase faltando pescoço pra tanto badulaque. Ah, a triste, fútil e vã natureza humana..

Resumo do post: trabalhei pra caramba, ouvi muita música boa (mas não tive tempo pra tudo o que queria) , conheci pessoas legais e ainda vou ganhar os meus primeiros trocadinhos em euros. Ou seja, valeu à pena.

Quer saber mais sobre o Festival? Vá até o Tabuleiro da Bailandesa e também dê uma passadinha no Notícias da Holanda.

beijo povo e fui pra cama….

Fotos: Ron Beenen

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