Bailandesa

Aprendendo holandês. O outro lado da moeda

Vivo insatisfeita com o meu holandês.   Entre tropeços, acertos e trapalhadas, este é um assunto que é uma preocupação constante no meu dia-a-dia. Quando vivemos em outro país, às vezes esquecemos de quanto a nossa própria língua é difícil e cheia de pegadinhas também. Por isso, hoje, resolvi “ir à forra” e contar algumas pisadas no queijo de nossos amigos batavos.
 

Na Holanda

No dia seguinte à minha chegada na Holanda, houve uma festa de boas-vindas. Como boa anfitriã, fiz umas caipirinhas pros convidados e foi sucesso total.  No ano seguinte, comemorei o meu aniversário e antes da festa, uma amiga holandesa me perguntou: – Vai ter Capoeira? Eu cá comigo, matutando: – Gente, o povo tá pensando que é uma megafesta brasileira! E é apenas reuniãozinha de aniversário. Respondi sem graça que infelizmente não teria Capoeira, mas não dei maiores explicações. E ela apesar de decepcionada, conteve as lágrimas e as perguntas.
Chegando na festa, ela me aparece com um copo com um canudinho colorido em mãos, saboreando uma caipirinha de frutas vermelhas e me solta essa: – Você não resistiu, não foi? A Capoeira tá uma delícia!

No Brasil

A outra aconteceu no Brasil. Outra amiga holandesa  fez uma longa viagem de cinco semanas pelo Brasil. Foi para o Nordeste e terminou no Rio.  Já na cidade maravilhosa, encantada com tudo o que tinha visto em toda a viagem, resolveu comprar uma cuíca. Expliquei que era uma instrumento não muito fácil de levar na bagagem e tal, mas ela estava decidida. E como fala espanhol, gostaria de tentar se comunicar sem ajuda.  Concordei, puxei a cadeirinha e esperei pelo show.
Ela se concentra, faz e refaz a frase na cabeça  – já vi isso em algum lugar – e solta essa: -Por favor, gostaria de comprar uma cueca. Não sei quem riu mais, se eu ou se o vendedor. Ela sem entender nada, resolveu levar um reco-reco porque a cueca tava muita cara.
Viu? Não precisa se desesperar. Ouse, fale holandês e ria de si mesmo!

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