Na sua 10a edição, o Viva Brasil Festival manteve a tradição de trazer grandes nomes da música brasileira para a Holanda. Depois de uma abertura com a estreia da turnê “Dois Amigos, Um Século de Música” de Gilberto Gil e Caetano Veloso, o festival promoveu um final de semana com grandes shows e trouxe o clima de festa brasileira ao Muziekgebouw aan’t Ij em Amsterdam.
Diversidade musical
A primeira noite do final de semana do Viva Brasil Festival foi uma viagem por diferentes estilos, ritmos e regiões da música brasileira.
Carla Visi traz o axé e energia da Bahia
Os tambores afro e a vibração do axé da Bahia abriram a noite. Carla Visi relembrou sucessos da sua carreira, quando vocalista da banda Cheiro de Amor, e ainda deu uma pequena amostra do seu novo álbum Pura Claridade; um tributo à Clara Nunes.
As guitarras de Maria Gadú
A noite continuava e era hora de voar nas asas do “Guelã”, novo álbum de Maria Gadú. Quem esperava a doce e talentosa menina com o seu violão, encontrou uma artista que atinge a maturidade e ousa testar novas sonoridades e texturas.
Os novos arranjos seguiram a linha intensa e dramática desse novo momento da cantora. Destaque para a verão percussiva “Ne Me Quitte Pas” que extasiou o público. A plateia estava pronta para um passeio pelo universo popular de Alceu Valença.
O menestrel Alceu arrebata a plateia
Alceu Valença veio para Amsterdam exclusivamente para se apresentar no Viva Brasil Festival. O mago dos ritmos, junto com a sua banda, proporcionou um banquete cultural brasileiro. Alceu tem um talento único de fundir ritmos regionais nordestinos e dar retoques precisos de pop rock.
Para finalizar a noite, o DJ MAM embarcou todos na sua caravela Sotaque Carregado e deixou o gostinho de quero mais para a after party do dia seguinte.
Praça Viva Brasil. Um domingo com clima de festa brasileira
A tarde de domingo começou com a Praça Viva Brasil, que transformou o foyer do Muziekgebouw aan’t Ij e o terraço do restaurante Zouthaven numa festa brasileira.
O grupo de samba e choro Cariopa trouxe um convidado muito especial: o multi-instrumentista de sopros Marcelo Bernardes, que já tocou com grandes artistas da música brasileira.
Femke Smit, que também foi a anfitriã da festa, se apresentou acompanhada do violão e da voz de Breno Virícimo. E o palco da Praça Viva Brasil ainda contou como debut de Ana Sucha na Holanda.
Noite de magia e encontros inesperados
A noite de encerramento foi no Bimhuis e reservou momentos de pura magia musical e encontros surpresa.
Vanessa Moreno & Fi Maróstica. Uma dupla múltipla
A dupla Vanessa Moreno e Fi Maróstica abriu a última noite do festival. Um show que representou a essência do Viva Brasil: uma amálgama de jazz, samba e música popular brasileira.
A plateia correspondeu surpresa e entusiasmada ao repertório que teve como base o álbum “Vem Ver”. O trabalho traz composições próprias, além de releituras como “Conversa de Botequim” de Noel Rosa e Vadico. O setlist ainda contava com versões de “Asa” de Djavan e uma prévia do novo disco só com músicas de Gilberto Gil. “Onde o xaxado tá” e “Palco” arracaram aplausos de uma plateia boquiaberta. Mas a noite estava só começando.
A alma afrobrasileira de Fabiana Cozza
O Viva Brasil guardou para o seu encerramento uma das maiores intérpretes da música popular brasileira da atualidade. Fabiana Cozza foi eleita a melhor cantora de samba do Prêmio da Música Brasileira em 2012 e lançou recentemente o álbum “Partir.
Ela homenageou o samba de roda de Roberto Mendes e a cultura afrobaiana, não esquecendo o congado de Minas, presente na canção “Velhos de coroa” de Sérgio Pererê. Ainda se banhou nas águas de Cabo Verde e pisou em terreno Angolano com “Chicala” de João Cavalcanti. “O Samba é Meu Dom” provou o seu premiado talento para o gênero.
Para finalizar, um encontro brasileiro de vozes femininas: Vanessa Moreno volta ao palco e Ceumar, que estava na plateia, se junta às duas para promover um grande encerramento de mais uma bem-sucedida edição do Viva Brasil Festival.Com certeza todos deixaram o evento já pensando na edição de 2016.