Esse é um assunto que vira e mexe aparece por aqui e pelo visto, também está na cabeça de todos e em todo lugar. Não por coincidência, nesta semana, mais uma vez ele cruzou o meu caminho.
No filme lançado em setembro deste ano, Sunny Bergman, uma holandesa de 34 anos que, além de profissional e mãe de dois filhos, também se preocupa com as suas rugas, questiona o estereótipo de beleza irreal ao qual estamos todos expostos hoje em dia. E vai fundo no assunto; chegando ate às clínicas que também fazem cirurgia vaginais comésticas nos Estados Unidos. O médico que examina a própria diretora do documentário, com uma atitude totalmente comercial, promete um resultado igual ao publicado em revistas eróticas e ainda aceita uma paciente de apenas 15 anos de idade, que dá o depoimento no filme por um desconto de US$ 2.000. Nunca imaginei que existisse também um padrão de beleza para os países baixos femininos. Desculpa, não resisti o trocadilho.
O que mais me surpreendeu é que muitas mulheres no documentário respondem que o que buscam é apenas “ser normal”. O problema é que o normal no qual elas se espelham é uma irrealidade, já que a absoluta maioria das imagens publicadas em revistas eróticas, femininas e propaganda da indústria da beleza são totalmente retocadas através maior cirurgião plástico da história: o Photoshop. Então fica a pergunta: o que é ser normal? Um outro dado interessante é que Brasil aparece com o maior percentual de mulheres que querem fazer cirurgias plásticas: 63%!
Me parece a história do cavalo correndo atrás da cenoura pendurada enquanto ele puxa a carroça. A indústria da beleza publica as imagens, as pessoas almejam aquela mesma imagem e os cirurgiões plásticos copiam algo irreal. Dessa forma, os padrões de beleza e de normalidade vão se alterando – sempre buscando algo que na verdade não existe. Assim, daqui a pouco quem não tem silicone ou não aplica botox é um ET.
Há um tempo vemos alguns movimentos como a Campanha da Dove pela Real Beleza, as imagens e reportagens sobre anorexia estampam jornais e revistas, mas o Beperkt Houdbaar vai além. Criou dois logos – photoshopvrij (livre de photoshop) e gephotoshopd – que indicam se a foto foi ou não retocada e propôs a algumas revistas a aplicação do logo. Surpreendemente algumas aceitaram: Viva, Yes, Opzij, het Psychologie Magazine, Top Sante, Esta, Flair, Panorama, Fancy, Vrij Nederland, de Groene Amsterdammer. Sendo que a Playboy apenas publicou uma foto do seu editor com a logo de photoshopvrij.Acho a idéia do logo indicando se a foto foi retocado ou não muito boa, mas as revistas não tên responsabilidade sobre o s anúncios da indústria comésticas e esses são os principais responsáveis pela distorção do padrão de beleza.Além dos logos, foi criado um manifesto que você pode assinar aqui e um adesivo que em ações voluntárias, são colados nas diversas propagandas e outras atividades contra a indústria da beleza.
Quer assistir o documentário inteiro? Clique aqui e também assista o outro vídeo que mostra o impacto após à exibição do documentário. O filme é em holandês sem legendas, com uma boa parte em inglês
O filme dura uma hora e abaixo você tem um resumo de cinco minutos. Aviso: existem algumas cenas de cirurgia plástica vaginal.
Imagens:
Mulher com nomes de cirurgias: nipomedbr.com.br
Campanha Dove
Revista Opzij: beperkthoudbar.info
2 comments
Hmmm, fiquei curiosa para assistir ao documentário com as reações sobre o beperkt houdbaar. Ah, e o documentário foi lançado em março desse ano no Holland doc.
beijos,
é, a ditadura da beleza é um grande problema.
considero-me bem resolvida nesse ponto. ainda bem!