Neste final de semana, além de pedalar e caminhar pelas redondezas da vila, assisti o filme brasileiro “Tropa de Elite” – que botou fogo na discussão sobre a pirataria no Brasil, ao ser vendido em camelôs antes de ser lançado oficialmente – e quase que engoli com farinha e pimenta todas as letras de “O Caçador de Pipas“.
Aqui vou me ater ao filme que é um verdadeiro soco – melhor, um tiro de escopeta – no estômago. É incômodo? Sim, principalmente porque o sentimento que fica é de impotência e desesperança diante do mar de lodo de corrupção e violência que temos que atravaessar, ao acompanharmos a louca viagem do Capitão do Bope Nascimento rumo à sua substituição no Bope.
Li algumas críticas ao filme, considerando-o uma ode ou uma justificativa à brutalidade do Bope, esquadrão especial da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Não vi o filme desta forma. O que para mim o torna diferente dos demais filmes que abordam o quarteto “favela, tráfico, pobreza e violência” é que a todo tempo assistimos os acontecimentos pelos olhos do capitão Nascimento, de acordo com seus valores e princípios. Isso não quer dizer que seja certo ou que ele seja um herói. Aliás, é um filme sem heróis, sem mocinhos. Só há culpados e inclusive nós; quando nos omitimos, quando cedemos à pressão do policial desonesto e pagamos para não sermos multados, quando insistimos em agir de acordo com o individualista jeitinho brasileiro e principalmente quando achamos que não tem mais solução, deixando de fazer o que é certo, para fazer o mais fácil e acreditamos que os fins justificam os meios.
Recomendo o filme para todos, mas principalmente a todos os brasileiros. Assistam o trailler abaixo:
1 comment
Clarissa,
Meu irmão me trouxe o filme ontem. Agora preciso ter coragem de ver.
Já li que é mais que um soco no estômago como vc também comentou.
Bjo!