Esses dias ando que nem Rita Lee; só no escurinho do cinema, mas vou avisando logo: odeio com todas as forças drops de anis. Estou cobrindo o Festival de Cinema Latino Americano aqui em Utrecht e tenho assistido várias coisas interessantes.
Parece que a cidade anda em clima de cinema, ou talvez de comédia. Imaginem que ontem peguei o ônibus 2 – que tem uma rota turística pelo centro da cidade – e o motorista vinha apresentando os lugares do centro e fazendo livres traduções dos nomes dos pontos da cidade. Assim, ao passarmos pela Domplein ( praça do Dom), fala ele no sistema de alto-falante do ônibus: Domplein, Stupid Square. Ao passarmos pela Hamburgerstraat, explica o simpático motorista: Mc Donald’s street, mas também pode ser Burger King! Todos no ônibus se acabavam de rir e ele correspondia com mais bom humor. Não preciso dizer que já cheguei com uma ótima energia para a maratona de filmes.
Ontem, assisti um filme chileno dos anos 70: “Julio Comienza en Julio” e mais quatro documentários, sendo dois brasileiros, um boliviano e um peruano. Quando estou lá no festival, a sensação é de que entrei numa outra dimensão. A atmosfera latino-americana realmente tomou conta do lugar. Enquanto tomo um café e ouço Adriana Calcanhoto, um casal dança tango no salão. No domingo, havia música brasileira ao vivo no bar e no salão onde acontecem os talkshows, uma imensa bandeira brasileira cobre a parede. Também é muito interessante ver todos os latinos curtindo os filmes dos seus países. Encontrei uma amiga mexicana a caminho de um filme do seu país, outra colega boliviana no filme Coca-Zero e por aí vai.
Foto divulgação: Filme Antonia
É como se a tela de cinema fosse um quadro em branco em que a América Latina é pintada de forma caleidoscópica. É uma sensação estranha. Ao mesmo tempo que é bom rever as imagens e gente do seu país, todas as mazelas são expostas de forma crua e nua. Voltei pra casa com um gosto estranho na boca e cheia de imagens – não propriamente paradisíacas – do Brasil e da América do Sul na cabeça.
Depois conto mais, inté
2 comments
Oi Clarissa !
Voce anda muito cultural ! Desse jeito eu nao acompanho seu ritmo. No momento “brinco” de huisvrouw, portanto, estou sem cacife para comentar sobre a vida cultural aqui na Holanda.
A minha parece estar se desenrolado ao redor da pia e do fogao ! hahahaha
Venho aqui para me atualizar, porque voce, alem de colocar os assuntos em dia, escreve magnificamente !
Um grnade abraco,
Susana
Vida cultural intensa, né?
Se ainda não teve a oportunidade, dê um jeito de assistir “Ó paí ó” (assim mesmo, acentuados). Filme rodado na Bahia onde Lázaro Ramos é um pintor de carrinho de café( só se vê na Bahia) que sonha em ser cantos. EU ADOREI!!!
Bjo!